quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os ricos querem pagar mais impostos ?


Não! Não é brincadeira! Aconteceu mesmo. Alguns dos mais ricos da França enviaram uma carta ao presidente francês Nicolas Sarkozy pedindo cobrança de impostos mais altos sobre os ricos, como meio de superar a atual crise econômica.
Curiosamente, alguns dias antes, um bilionário norte-americano Warren Buffett escreveu um artigo para o jornal norte-americano “The New York Times” com o seguinte título: “Parem de paparicar os super-ricos”. Neste artigo o bilionário americano pede que os deputados e senadores dos Estados Unidos aprovem leis que tributem de forma mais forte os muito ricos. 
Este fato é curioso porque há pouco tempo os republicanos fizeram uma campanha violenta contra o aumento dos impostos e contra as propostas dos democratas e do presidente Barack Obama de aumentar os impostos dos super-ricos.
Segundo o jornal o “Estado de São Paulo” “Com exemplos pessoais e dados sobre a tributação por faixas de renda ao longo de duas décadas, Buffett mostra que os americanos super-ricos, que basicamente vivem de renda de suas aplicações financeiras, pagam proporcionalmente menos impostos do que pagavam na década de 1990 e muito menos, ainda do que pagam hoje os trabalhadores, que vivem de seus salários”.
Um de seus argumentos é que os muito ricos têm meios de reduzir os tributos através de recursos contábeis que os assalariados não têm. Ele contesta também a idéia de reduzir os impostos dos muito ricos para aumentar a criação de empregos. Escreve ele: “Vocês sabem o que veio depois: impostos menores e menos criação de empregos”.
Nos países da América Latina, inclusive no Brasil, os gastos públicos são financiados principalmente por impostos sobre o consumo: é a chamada estrutura tributária de caráter regressivo, onde cresce a proporção dos impostos indiretos, como o consumo, ao invés de aumentar a taxação sobre o patrimônio e a renda dos mais ricos, como quer agora alguns dos super-ricos americanos e franceses.
A cobrança de impostos pode ser um recurso de distribuição da renda e da riqueza, mas no caso brasileiro, sobrecarrega mais a classe média e os assalariados. 

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