quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Algumas Noticias em 2011

Veja algumas noticias previstas pela revista inglesa “The Economist”:
1)Em 2011 um crescimento mais lento nos EUA e China vai afetar o crescimento em outros lugares. Nos EUA, na Europa e no Japão, o fim dos estímulos governamentais vai expor a fragilidade do setor privado. O medo da recessão e da deflação vai afligir esses países por algum tempo. A ofensiva global pela austeridade vai reduzir o crescimento do comércio.
2)O Brasil e a Coréia do Sul vão montar reservas espantosas para não deixarem suas moedas dispararem. Os países emergentes vão reforçar o controle sobre os fluxos de capital.
3)A primeira década do século XXI já conquistou seu lugar como o mais quente da história e as emissões industriais de dióxido de carbono continuam a crescer. Haverá um encontro climático global em 2011 na África do Sul. É necessário enfatizar muito mais as conexões entre as ações climáticas e o desenvolvimento. A geração de riqueza tem que levar em conta o clima. É preciso tornar a energia limpa e renovável mais barata.
4)A população humana levou aproximadamente 250 mil anos para chegar a um milhão (em torno de 1800); mais de um século passou antes que chegasse aos 2 bilhões (1927). Mas o bilhão seguinte levou apenas 33 anos (1960). Outro bilhão menos 14 anos (1974 – 4 bi). Os dois degraus seguintes até os 5 bilhões (1987) e 6 bilhões (1999) levaram 13 e 12 anos respectivamente.
a)1 bilhão de habitantes – 1800
b)2 bilhões de habitantes – 1927
c)3 bilhões de habitantes – 1960
d)4 bilhões de habitantes – 1974
e)5 bilhões de habitantes – 1987
f)6 bilhões de habitantes – 1999
g)7 bilhões de habitantes – 2011
h)8 bilhões de habitantes – 2025
i)9 bilhões de habitantes – 2050
Na taxa total de fertilidade (o número de filhos que uma mulher pode ter durante a vida) caiu bastante: de 4,8 filhos por mulher no período de 1965 a 1970 para 2,6 entre 2005/2010. O crescimento populacional será mais ou menos estável por volta de 2050.
5)Deverá haver bastante movimentação de massa em 2011, que demonstrará seu descontentamento com a situação: vão culpar não apenas os banqueiros, mas a elite global em geral. Em fevereiro ocorrerá o Fórum Social Mundial em Dakar – Senegal – África.
6)A Europa tem 500 milhões de pessoas, ou seja, 7% da população e produz 22% do PIB mundial. Na União Européia, começou a vigorar o tratado de Lisboa, em 2009, que estimula a interação entre as instituições de Bruxelas e as capitais nacionais. Em 2011 na França ocorrerá a reunião de cúpula do G – 20, que debaterá a governança econômica internacional e as taxas de câmbio. Os países europeus muitas vezes são invejados por sua estabilidade e segurança política, por seus sistemas sociais e por sua qualidade de vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As tempestades e as desigualdades

A relação homem e natureza é conflituosa. De tempos em tempos, catástrofes gigantescas atingem os humanos: erupção do vulcão Vesúvio em 79, o terremoto de Lisboa em 1755, o de São Francisco em 1906 e do Haiti em 2010, dentre tantos outros fenômenos. 

Agora, no ínicio do ano, nevascas fortes atingiram os EUA e Europa; enchentes na Colômbia, Venezuela, Brasil; parte da Austrália está debaixo d’água; inundações na Índia e Filipinas, etc. A natureza, o clima estão em revolta. Alguns atribuem estas calamidades a mudança climática em decorrência do aquecimento global. Segundo uma empresa de resseguros, o número de desastres relacionados a fenômenos climáticos saltou de 317 a 828 de 1980 até agora. Cerca de 10 milhões de pessoas são afetadas por enchentes e enxurradas no mundo por ano e as mudanças climáticas tendem a multiplicar esses números.

Vários estudos mostram o aumento das chuvas fortes em várias regiões do Brasil, entre eles o sudeste, que no início deste ano foi castigado por fortes chuvas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O aumento do solo de asfalto e concreto retendo calor; ocupações irregulares de encostas, vales, beira de córregos e rios; omissão e conivência do poder público com as ocupações desordenadas; entulho e lixo jogados nas ruas, córregos, rios ajudam a explicar essas tragédias.

Como regra a população mais simples, trabalhadora é a maior vítima nestes acontecimentos com as exceções de sempre. No processo de industrialização e urbanização do país não se planejou a vida urbana dos trabalhadores.

Como disse a presidente Dilma Roussef: “A moradia em área de risco é regra, não é exceção”. Sem falar em 30 mil mortes no trânsito por ano, 40 mil homicídios, 20 mil mortes por diarréia, milhões de desempregados, etc. O descaso com a morte e o sofrimento de parte dos trabalhadores é secular. As tragédias, com grande cobertura da mídia apenas põe em destaque aspectos de um fenômeno social que muitas vezes fica escondido. Hoje, são mais de 19 milhões de pessoas deslocadas no mundo por tragédias climáticas: a maioria pobre.

Um aspecto importante da urgente reforma urbana é a questão de prevenção das catástrofes naturais que sempre existirão. Dos 5.565 municípios do Brasil apenas 1.000 tem Defesa Civil. Ao fazer o raio x do Plano Nacional de Redução do Impacto de Desastres Naturais o governo brasileiro admitiu para a ONU – Organização das Nações Unidas o despreparo da Defesa Civil Brasileira: 10 vezes mais gastos com emergência do que com a preservação. Há 500 áreas de risco de deslizamento e 300 ameaçadas de inundações no Brasil.

No entanto, chuvas e secas são fenômenos climáticos previsíveis e mensuráveis graças à tecnologia, aos satélites e outras ferramentas. É preciso adaptar a Defesa Civil, na área federal, estadual e municipal aos novos tempos. O poder público não pode estar ausente antes, nem durante e nem depois da tragédia. Um bom começo: o governo federal anunciou a criação de um Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais.

Como dizia Francis Bacon: “A natureza não se vence a não ser quando se lhe obedece”. “Decifra-me ou devoro-te” ! diz ela como a esfinge

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

“Conversas que tive comigo”

Recebi como presente de Natal de minha irmã Milza o livro de Nelson Mandela intitulado “Conversas que tive comigo”.

O livro é um apanhado de anotações, cartas, textos do líder político do Congresso Nacional Africano, publicado pela Editora Rocco Ltda do Rio de Janeiro, em 2010. Mandela nasceu em 1918 e participou deste partido desde 1944.

Foi preso em 1962 por participar da luta contra a “apartheid”, o regime racista da África do Sul imposta pelo PN – Partido Nacionalista, de minoria branca. Ficou preso por 27 anos.
Em 1993, três anos após sair da prisão, recebeu o “Prêmio Nobel da Paz” e, em 1994, foi eleito presidente da África do Sul.

Em uma carta de 1975 para Winnie Mandela, sua esposa na época, ele escreveu que usou o tempo de prisão para aumentar o conhecimento de si mesmo: “Ao avaliarmos nosso progresso como indivíduos, tendemos a nos concentrar em fatores externos, como posição social, influência e popularidade, riqueza e nível de instrução. Certamente são dados importantes para se medir o sucesso nas questões materiais, e é perfeitamente compreensível que tantas pessoas se esforcem tanto para obter todos eles. Mas os fatores internos são ainda mais decisivos no julgamento do nosso desenvolvimento como seres humanos. Honestidade, sinceridade, simplicidade, humildade, generosidade pura, ausência de vaidade, disposição para ajudar os outros – qualidades facilmente alcançáveis por todo individuo – são os fundamentos da vida espiritual. O desenvolvimento de questões dessa natureza é inconcebível sem uma séria introspecção, sem o conhecimento de nós mesmos, de nossas fraquezas e nossos erros”.

Todos os que lutam pela liberdade, pela igualdade, pela justiça, pela fraternidade admiram a força interior deste grande líder africano que conduziu seu povo para o objetivo de criar uma África do Sul democrática e para todos. 
Em outra carta comentando que a alma e o corpo humano têm uma capacidade infinita de adaptação ele escreve: 

“A esperança é uma arma poderosa, mesmo quando tudo o mais parece perder a força”.
Feliz 2011 para todos ! Com muita esperança !