sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mudanças no Egito ?

Algumas semanas atrás, comentando notícias previstas pela revista inglesa “The Economist”, eu escrevia que deveria haver em 2011 bastante movimentações de massa, de manifestações populares. 

Elas começaram logo e no mundo árabe. Uma onda de levantes populares pró-democracia explodiram na Tunísia, Egito, Iêmen, Jordânia, etc. Alguns analistas falam de uma segunda onda de revoluções árabes, sendo a primeira do nacionalismo e pan-arabismo de Nasser e outros nos anos 50 do século passado.

Lênin, líder da Revolução Russa de 1917 escrevia: “A lei fundamental da revolução, confirmada por todas as revoluções e, em particular pelas três revoluções russas do século XX, consiste no seguinte: para a revolução não basta que as massas exploradas e oprimidas tenham consciência da impossibilidade de continuar vivendo como vivem e exijam transformações; para a revolução é necessário que os exploradores não possam continuar vivendo e governando como vivem e governam. Só quando os ‘de baixo’ não querem e ‘os de cima’ não podem continuar vivendo à moda antiga é que a revolução pode triunfar”.

Na Tunísia o governo caiu. No Egito, parece haver um impasse entre a situação e a oposição.
O Egito é um país com 86 milhões de pessoas e uma nação milenar. Seu produto interno bruto é de 253 bilhões de dólares por ano. O seu PIB per capta, ou seja, a parte da riqueza que caberia a cada pessoa é de 2.940 dólares por ano; na Suécia 47.300 dólares por ano; no Brasil é de 10.530 dólares por ano.

Os Estados Unidos destinam 1,5 bilhão de dólares por ano em ajuda militar (armas, equipamentos, etc.). Segundo a revista Época, os seis generais que coordenam as forças de segurança recebem por mês cerca de 50 mil dólares cada um.Os militares controlam empresas de máquinas, fazendas de alimentos, escolas, serviços básicos, fábricas de cimento, hotéis, petróleo, azeite de oliva, etc.

Ao mesmo tempo, cerca de 23% da população vive abaixo da linha da pobreza, sem falar no desemprego elevado, principalmente dos jovens. Nos 22 países da liga árabe, 65% da população são de jovens com menos de 30 anos.

A presença dos jovens nas manifestações é muito grande. Eles desejam sacudir todo o atraso, toda a miséria que infelicita o povo. Mas a estrutura do poder existente é muito forte.

Que este movimento popular e jovem consiga um Egito mais próspero e mais democrático.

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