quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chega de juros altos!

llA dívida pública interna do governo brasileiro, ou seja, aquilo que o governo devia para os bancos  e rentistas, em agosto de 2011 era de R$ 1.549.000.000 (um trilhão e quinhentos e quarenta e nove bilhões de reais) equivalente 39,2% do PIB – Produto Interno Bruto, que é tudo o que o país produz na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços.
O governo pagou para os bancos e rentistas, nos últimos doze meses, R$ 231 bilhões de juros, equivalente a 5,8% do PIB, enquanto o gasto em saúde pública das três esferas do governo é de 3,6% do PIB. Só no mês de agosto, o governo pagou de juros ao sistema financeiro R$ 21 bilhões, numa taxa anual de 18,1%, enquanto a taxa média internacional dos países desenvolvidos é de 3% ao ano e a dos países emergentes de 6% ao ano.
As taxas de juros cobradas no Brasil são as mais altas do mundo, pois as taxas bancárias para empréstimos são ainda mais elevadas do que a SELIC - taxa básica de juros chegando a 50% e 60% dos juros anuais para empresas e acima de 100% nos cheques especiais e cartões de crédito.
As taxas exorbitantes de juros transferem recursos da agricultura, da indústria, do comércio, do setor público e dos assalariados para o setor financeiro.
Nas prestações dos carros, fogões, geladeiras, televisores estão embutidos taxas altas de juros, que fazem com que o consumidor não perceba que está pagando quase dois fogões ou duas geladeiras, conforme o prazo e a taxa de juros.
Recentes notícias nos jornais davam que os assalariados pagavam mais Imposto de Renda do que os bancos. De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, “Os trabalhadores contribuíram com o equivalente de 9,9% da arrecadação federal no espaço de um ano enquanto o sistema financeiro arcou com 4,1%. No mesmo período, as pessoas físicas pagaram R$ 87,6 bilhões apenas em Imposto de Renda, enquanto os bancos arrecadaram R$ 36,6 bilhões por meio de CSLL, PIS/PASEP, Confins e Imposto de Renda”.
Segundo alguns especialistas, em um outro país do mundo esta distorsão tributária já teriam provocado muitas mudanças, mas aqui o poder de influencia dos bancos e instituições financeiras é muito grande.
Há poucos dias o “Movimento por um Brasil com juros baixos: Mais empregos e maior produção”, cujo manifesto teve adesão de organizações de empresários e trabalhadores, assim se manifestou: “Os juros altos não consomem apenas recursos públicos. Pelo contrário, espalham para toda a economia o alto custo do crédito, fomentando o comportamento rentista e improdutivo, corroendo o poder de compra das famílias e drenando recursos do setor produtivo”.
O diretório Municipal do PSB, em recente reunião aprovou moção no sentido de solicitar a bancada de deputados na Câmara Federal que se posicione pela continuidade da redução da taxa de juros e por uma regulamentação rigorosa do setor. Chega de juros altos!

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