quinta-feira, 13 de outubro de 2011

pRÊMIO PARA MULHERES

llPela primeira vez em 110 anos três mulheres receberam juntas o prêmio “Nobel da Paz”. Durante estes anos 15 mulheres e 85 homens foram premiados.
   O que chama atenção, este ano, é que duas mulheres da Libéria, África, foram contempladas. Ellen Johnson Sirleaf é presidente da Libéria, eleita em 2005 e candidata a reeleição. Travou uma longa luta contra a corrupção e, como presidente, aprovou leis de proteção à mulher contra crimes sexuais. Tem 72 anos. Ajudou a pacificar o país.
   A outra mulher da Libéria é Leymah Gbowee, de 39 anos. O país enfrentava uma dura guerra civil e ela liderou as mulheres na luta pela paz. Tal como as mulheres gregas, ela chamou atenção propondo uma greve em que as mulheres não fariam sexo com seus maridos em protesto contra a guerra e os crimes sexuais. Apesar do fim da guerra, os crimes sexuais continuavam: ela liderou a luta pelo desarmamento de grupos acusados de estuprar mulheres e crianças.
   São duas mulheres africanas, que em condições muito difíceis lutaram para ampliar o direito das mulheres e, ao mesmo tempo, lutaram pela paz de todos.
   A terceira mulher a receber o Nobel da Paz de 2011 foi Tawakkul Karman, a primeira mulher Árabe a recebê-lo e dedicou-o aos jovens da revolução Árabe e ao povo do Iêmen, que desde o inicio do ano faz grandes manifestações contra o ditador Ali Abdullah Saleh, há 33 anos no poder. Ela é jornalista do partido religioso Islah.
   O ano de 2011 tem sido o ano da chamada “Primavera Árabe”, pois a luta pela democracia levou grandes multidões às ruas como na Tunísia, Egito, Iêmen, Líbia, Síria, Bahrein, etc. Foi um reconhecimento dos responsáveis pelo Comitê do Nobel da importância e do papel das mulheres nesta luta pela democracia e pelos direitos do povo. Segundo o presidente do comitê: “A opressão das mulheres é a questão mais importante do mundo Árabe hoje”.
   O presidente do Comitê do Nobel, o Noruegues Thorbjoern Jagland assim justificou o prêmio para as três mulheres: “Não podemos alcançar democracia e paz duradoura no mundo, a não ser que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens”.
   Na longa caminhada, na luta prolongada da humanidade contra todas as formas de opressão e preconceito se inscreve a luta das mulheres por seus direitos. Que este prêmio seja mais um estimulo para esta luta e para conquista de novos direitos.

Mário Luiz Guide é professor universitário, formado em filosofia na USP e em Direito pela Unifieo, com doutorado na USP em Ciências Políticas. É verador em Osasco e secretário geral do PSB no estado. www.marioguide.com.br

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