quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O poder não é eterno

ll  Um fato significativo da semana foi a morte de Muammar Kadhafi, dirigente da Líbia. Como coronel do exército, ele chegara ao poder com 27 anos em 1969, num movimento contra a monarquia islâmica e inspirado em Nasser no Egito, que tomara o poder com a perspectiva de implantar o nacionalismo Árabe, em defesa das riquezas nacionais, da melhoria de vida do povo e da unidade dos povos Árabes.
Essas mudanças no Egito chegaram a inspirar outros movimentos nacionalistas como Assad na Síria e Saddam Hussein no Iraque, além da Líbia e Argélia. No contexto da guerrra fria, e da disputa entre Estados Unidos e União Soviética, o nacionalismo árabe participava do chamado “bloco não-alinhado”, cujos expoentes eram Nehru da Índia, Tito da Yugoslavia e Nasser do Egito.
Kadhafi nacionalizou os bancos e a exploração do petróleo, fez a reforma agrária, iniciou a união árabe, quando foi criada a RAU – República Árabe Unida (Egito e Líbia), fez aliança com a União Soviética e redistribuiu a renda do petróleo.
Essas medidas que geraram apoio interno, trouxeram muitas i nimizades, principalmente com as potências coloniais: França, Inglaterra, Estados Unidos, etc.
Combinando nacionalismo, panarabismo, socialismo, islamismo e métodos autoritários, Kadhafi permaneceu 42 anos no poder num país de 6,7 milhões de pessoas e mais de 2000 mil tribos. É o melhor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano da África: O PIB per capta, ou seja, o Produto Interno Bruto do País dividido por pessoa é de U$ 12.450 ou R$ 22.000 mil reais ano (o do Brasil é de R$ 18.000).
No início de 2011, começaram os movimentos populares em vários países árabes, com grandes manifestações. É a chamada “Primavera Árabe”, na Tunísia, Egito, Líbia, Yemen, Síria, Bahrein, etc.
As palavras de ordem mais comuns desses movimentos pediam a mudança do regime, a queda da tirania, o fim da corrupção e da injustiça. Kadhafi respondeu a estes movimentos com os métodos que utilizava para governar: muita repressão e muita violência. 
Seus inimigos na O.N.U. Organização das Nações Unidas, que eram muitos, primeiro excluíram a Líbia do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e através da Resolução 1973, criaram uma “Zona de Exclusão Aérea” no país, que permitiu que a OTAN - Organização dos Países do Atlântico Norte, fizesse mais de 10 mil bombardeios no território do país.
Após meses de combate, Kadhafi apanhado vivo foi aparentemente linchado e assassinado de forma trágica.
A nova situação na Líbia começa com algumas violações graves do direito internacional:
a) A Otan exorbitou o mandato que recebeu da ONU, interferindo em assuntos internos;
b) O direito do prisioneiro não foi respeitado em relação a Kadhafi executado;
O Conselho Nacional de Transição afirmou que a partir de agora será aplicada a “SHARIA”, a lei religiosa islâmica, como lei do país.

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