quarta-feira, 4 de abril de 2012

MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO

llDentre os fatores que alteraram o mundo do trabalho nos últimos anos está o fenômeno da globalização, que foi a internacionalização, cada vez maior, do comércio de bens e serviços, dos fluxos de capitais, dos produtos financeiros e das novas tecnologias. 
Um outro fator importante foi a revolução tecnológica da informática (microcomputadores, etc.) da telemática (informação por satélites, etc.) da robótica (robôs, etc.), dos novos materiais (laser, etc), da biotecnologia (transgênicos, etc.) da química fina, de novas formas de gestão, etc.
O fenômeno da globalização incorporou no mercado internacional milhões de pessoas na Ásia, na América Latina e em outras partes do mundo, seja como consumidores, seja como trabalhadores assalariados. Junto e, como parte integrante da globalização, aumentou a presença das empresas multinacionais em várias partes do mundo e o fenômeno da terceirização, onde uma rede de pequenas e médias empresas realizam trabalhos necessários à expansão da produção e do consumo das grandes empresas, dentro da lógica da divisão internacional do trabalho.
A terceirização da produção e dos serviços ajudou a aumentar o trabalho informal, o trabalho sem registro em carteira. A robótica e a informática ampliou o desemprego. Aliás, cresce o número de robôs nas indústrias do mundo todo.
Nas décadas de 80 e 90 do século passado aumentou muito os trabalhadores sem registro em carteira no Brasil. Em março de 2002, os trabalhadores com registro em carteira nas regiões metropolitanas chegaram a 46% da população economicamente ativa, menos da metade. Já em fevereiro de 2012, eles atingiram 54,1%. O Brasil começou a reverter a situação em 2003. A taxa de desemprego caiu de 12,7% em 2002 para 5,7% em março de 2012.
Com o crescimento médio dos últimos 10 anos, hoje, há mais trabalhadores informais na economia do que desempregados. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, “o número de informais é duas vezes e meia maior do que o total de desempregados”. A falta de mão de obra está levando as empresas a contratarem um número maior de informais (sem registro em carteira) e transformá-los em formais (trabalhadores com registro em carteira). Para o trabalhador, a formalidade traz as vantagens de vários benefícios, entre eles, a contribuição para a aposentadoria, o acesso ao crédito bancário, etc.
Como se nota, são algumas tendências contraditórias atuando no mundo do trabalho: de um lado, a revolução tecnológica (em especial a robótica), a globalização e a terceirização levando a um desemprego maior e à informalidade (trabalho sem registro em carteira) e, no caso brasileiro, o crescimento econômico e a política governamental gerando empregos formais (com carteira assinada) e reduzindo o desemprego.

Mário Luiz Guide é professor universitário, formado em filosofia na USP e em Direito pela Unifieo, com doutorado na USP em Ciências Políticas. É vereador em Osasco e secretário geral do PSB no estado. www.marioguide.com.br

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